Reforma de apartamento foca na acessibilidade para deficiente visual
Existem muitos desafios na hora de fazer uma reforma de apartamento, como, por exemplo, mudanças estruturais ou decorativas, além da própria escolha de mobiliário.
Contudo, neste apartamento de 130 m², da década de 70, outra missão apareceu para a designer de interiores Giseli Koraicho, do Infinity Spaces Arquitetura e Interiores: alinhar a reforma do apartamento com a acessibilidade e um prazo bem apertado de cinco meses.
O projeto precisou passar por reformas para facilitar o dia a dia e promover o bem-estar do morador, o palestrante Guilherme Bara, que é deficiente visual, e de sua filha Clara, de 10 anos.
Sobre o projeto
Segundo Giseli, criar espaços mais acessíveis é árduo justamente porque é necessário entender as necessidades específicas de cada pessoa que possui alguma deficiência.
Nesse projeto em questão, a designer usou a neuroarquitetura, que é o estudo da neurociência aplicada à arquitetura, para compreender os impactos do ambiente físico no comportamento do ser humano.
A profissional explica que no apartamento do Guilherme “(…) estimulamos nosso cliente a interagir mais com seu espaço através da arquitetura sensorial, com revestimentos táteis de diferentes texturas”.
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Além disso, outras soluções interessantes foram adotadas para facilitar a locomoção do morador, como, por exemplo, aroma específico, bem como linhas verticais e horizontais.
E para completar essa caminhada no projeto, Giseli ainda precisou lidar com a estrutura bastante antiga do apartamento, o que exigiu um estudo mais exigente até criar um layout perfeito para permitir a movimentação do morador pelos ambientes da casa e evitar quaisquer riscos de acidentes.
Na questão da decoração, a ideia foi oferecer um apartamento moderno, com materiais com texturas e relevos para estimular o toque.
Salas de estar e jantar integradas
Para a área social do apartamento, a profissional optou por revestimentos com textura e mobiliários sem quina. Ainda, a integração com a sala de jantar foi essencial pelo costume que o morador tem de receber amigos e familiares.
As cores neutras são predominantes na sala de estar. O papel de parede, por exemplo, conta com as texturas e relevos tão importantes para a acessibilidade: “Essa atenção é muito valiosa, pois auxilia na parte tátil do deficiente visual, que por sua vez tem esse sentido ainda mais aguçado”, detalha Giseli.
Já na sala de jantar, o destaque vai para a mesa de jantar em laca preta com cadeiras e banco com assento estofado.
O objetivo foi ter um mobiliário sem quinas, com curvas e formas orgânicas. “(…) além de atemporais, cooperam para atender as especificidades da vida autônoma que o Guilherme pode levar”, explica a designer.
Cozinha planejada
A aposta na cozinha foi o uso de uma porta de correr para tornar a circulação com a sala ainda melhor, mas sem deixar a privacidade de lado.
Pela deficiência visual, a cozinha não conta com trilho no piso justamente para evitar tropeços e acidentes.
A marcenaria planejada para a cozinha apresenta nichos e armários que ajudam na organização, além do revestimento ser prático e fácil de limpar. Desse modo, Guilherme sabe exatamente onde cada coisa está guardada.
“Nossa dedicação em dispor tudo no seu lugar certo era fundamental, já que ele precisa ter tudo de fácil acesso e próximo ao que ele precisa fazer, como os itens de cocção próximos ao cooktop”, explica a designer.
Dormitório infantil
No trabalho do quarto da filha de Guilherme, Giseli favoreceu a praticidade e uma decoração atemporal, deixando o ambiente acolhedor para acompanhar o crescimento da menina.
Em princípio, a paleta de cores segue a ideia do restante do apartamento, mas ganhando alguns pontos personalizados. Junto a isso, destaca-se a bancada para estudos integrada com uma penteadeira, cuja iluminação frontal faz toda a diferença.
Ademais, há uma iluminação indireta na cabeceira da cama.
“Assim como na sala de estar, o papel de parede revela a textura para facilitar a sensibilidade ao toque e, na estrutura, além da cama da Clara, ainda incluímos uma adicional para os dias que receber suas amiguinhas para dormir”, finaliza Giseli.
Dormitório que estimula o tato
Agora, para a execução do quarto de Guilherme, a designer de interiores incluiu muitas texturas e relevos para estimular o toque, permitindo uma experiência sensorial no cômodo de descanso.
Na cabeceira, por exemplo, foi usado couro sintético, enquanto no painel de TV a profissional escolheu MDF cinza para acompanhar os tons neutros do ambiente.
“Uma curiosidade do quarto é a mesinha do lado da cama. Além da função de apoiar objetos, ela também é uma adega. Assim, unimos o útil ao agradável”, confidencia Giseli.
Aliás, para garantir mais conforto e segurança, destacamos também o banheiro do morador, que assim como os outros espaços do apartamento, recebeu revestimentos que estimulam o tato.
Há circulação de sobra no banheiro para Guilherme realizar sua higiene e tarefas diárias.
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