Harmonia de estilos: Saiba como misturar referências na decoração da casa
Ao planejar um projeto residencial, é normal que ele tenha uma linguagem arquitetônica que vai desde a parte estrutural até o décor, envolvendo a escolha da paleta de cores, revestimentos, móveis e acessórios decorativos.
Como muitas vezes os gostos dos moradores não se restringem a apenas uma estética, a solução é saber mesclá-las no mesmo ambiente, o que não é um problema para os arquitetos Priscila e Bernardo Tressino, parceiros no escritório PB Arquitetura.
Em um mundo que valoriza a diversidade, a mistura de influências arquitetônicas surge como uma tendência moderna, quebrando padrões e criando espaços exclusivos e originais. “Essa proposta ousada gera ambientes que superam as fronteiras tradicionais. Porém, junto com a beleza dessa união, aparecem desafios, erros frequentes e soluções inventivas que nós adotamos dentro dessa proposta inovadora”, explica a dupla do PB Arquitetura.
Por onde começar
Como primeiro passo, os profissionais ressaltam a importância de reunir todas as preferências e interesses dos moradores. Assim, eles criam um perfil de cada um e somam as similaridades e diferenças por meio de relações com algum estilo definido. Aspectos como cores prediletas, texturas preferidas, opções de papéis de parede, padronagens e design de mobiliário são alguns dos assuntos que ajudam os arquitetos a explorarem as melhores combinações.
“Nada é evidente e não existe uma receita pronta a seguir. Por isso, essa magia se transforma em um visual impressionante! Pela nossa experiência, aprendemos que o jeito de ser de cada cliente não determina as normas para a elaboração do projeto. Ouvimos cada um deles e realizamos tudo de acordo com as expectativas mostradas”, comenta Bernardo.
A harmonia de estilos na decoração surge a partir de escolhas e, de acordo com os profissionais do escritório PB Arquitetura, o processo fica fácil quando as estéticas têm características parecidas como a junção entre o minimalismo e o estilo industrial. Porém, é preciso ter cuidado quando os perfis são contrários: nesses casos, é fundamental evitar que entrem em choque.
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Desafios
Entre os vários desafios apontados por Priscila e Bernardo, a bagunça visual é, sem dúvidas, a mais visível, pois a dificuldade de balancear os elementos pode gerar um ambiente poluído e sem direção. Para isso, eles afirmam ser necessário um entendimento profundo da linguagem arquitetônica e cautela no que se refere à disposição espacial e à prioridade das características.
Outra dificuldade muito comum é a perda da funcionalidade dos itens presentes no ambiente. “Às vezes, a estética pode se sobrepor à funcionalidade. A solução é integrar elementos estilísticos de forma a não prejudicar a praticidade e o conforto do espaço”, enfatizam os arquitetos.
Sobre a mistura de estilos
A incorporação de propriedades diferentes do décor pode ser solicitada tanto em um único cômodo ou por inteiro. O caminho principal do profissional reside na busca por contrastes em um equilíbrio delicado. “A riqueza está nos detalhes e a grande tática está em selecionar pontos de destaque. A arquitetura de interiores nos abre possibilidades para ir além do óbvio e cultivar uma visão singular”, esclarece Priscila.
Ela ainda traz um exemplo bastante usado: a aplicação de molduras retas e monocromáticas que garantem um olhar mais atual. “Isso substitui os ornamentos dourados e florais, típicos do estilo clássico”, conclui.
Em geral, a paleta de cores e a escolha de materiais têm um papel importante, mas alguns contrastes podem ser explorados como a junção de texturas, a mistura do novo com o antigo, a simplicidade e o requinte, assim como as formas retas e orgânicas. “O essencial é definir o que se sobressairá e o conjunto que será visto em segundo plano”, destaca Bernardo.
Por isso, ao criar um ambiente atraente e encantador, os arquitetos seguem algumas orientações como:
- Criar um ponto focal para destacar uma peça ou área específica surpreende e entrega um equilíbrio entre o clássico e o moderno;
- Combinar uma variedade de texturas oferece interesse visual e tátil ao espaço, criando uma atmosfera rica e aconchegante. Nesses casos, eles apostam em móveis versáteis, mas que também têm traços comuns do design como estratégia para manter a harmonia.
- A arte unifica: o uso de quadros, esculturas ou instalações artísticas levam para a simetria. Sugere-se também a colocação de uma luz diferente, pois luminárias variadas ajudam na transição suave entre elementos.
- A harmonização de padrões e estampas assegura uma aparência coesa e balanceada. É possível mesclar madeira, metal, vidro e tecidos para acrescentar riqueza visual e elegância.
- A personalização com objetos pessoais e de lembranças afetivas pode ser explorado independentemente do tipo de décor. O segredo é criar um ritmo e transição natural.
- A observação das proporções confirma que os móveis e itens de decoração devem estar em sintonia. Os profissionais recomendam a flexibilidade dos moradores para experimentar e testar combinações inesperadas e ajustar até chegar no resultado desejado.
Obviamente, é preciso misturar as referências de forma respeitosa para evitar a apropriação cultural indevida.
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